Novas Criações

Olá, meninas!

Há tempos não posto coisas novas, eu sei. A correria das últimas semanas me deixou sem tempo de vir aqui. Fora as ameaças de suicídio desse computador. Já já vai subir no telhado...

O último dia 14 foi super especial pra mim. Foi o casamento do meu irmão! O primeiro de casa a se casar. A emoção é imensa, algo maravilhoso de se sentir. Além de fazer os lacinhos do convite, criei sete modelitos pra pessoas mais do que especiais. A mãe do noivo (minha mãe), a mãe da noiva, a dama de honra, duas madrinhas (leia-se minhas irmãs), a de uma convidada e a minha, claro!

Vou postar aqui algumas fotos. Não dá pra ver as roupas inteirinhas, mas em breve eu posto as melhores. Faltaram duas, apenas.

Eu, primos, minha mãe e Bia. O vestido da minha mãe é de shantung de seda pura rosa seco, com aplicações de renda francesa no decote e na barra, acompanhado de um casado de gazar de seda pura cor beringela.

Minha irmã Adriana, eu e minha irmã Silvia. O vestido da esquerda é de devoré de cetim de seda pura branco e preto, com bolero de shantung de seda pura azul bic. O meu, do meio, é de devoré de seda Valentino. O da direita é de georgete de seda pura verde cítrico, com faixa estampada de devoré de seda.

Nós três de novo muitíssimo bem acompanhadas pela Nita e pelo Bernardo

A Dama, Bruna. Seu vestido era de saia balonê, com top de pregas verticais e todo feito em musseline de seda pura. As alças e a faixa da cintura são de renda francesa no mesmo tom, coral.

Parabéns!

Hoje é aniversário dele: Ronaldo Fraga. Pra mim, o maior estilista brasileiro. Sabe como ninguém ousar em suas coleções, num universo lúdico e sempre com muito humor e crítica social. Dedica-se a contar "histórias absurdas do homem comum", como ele mesmo diz. Adoro. De verdade. Em já sabia que queria ser estilista e, depois de conviver  com ele, tive certeza absoluta!

Que a gente ainda tenha muito dele pra curtir!
Parabéns, Ronaldo!

Vitória Moda Show

O Vitória Moda Show é o primeiro evento da indústria do vestuário a reunir seminários, oficinas, desfiles e oportunidades de negócios no Espírito Santo. O formato inovador (com inspirações cariocas) do evento, que teve sua primeira edição em 2008, nos faz ter esperanças de que Vitória em breve poderá fazer parte do circuito de moda nacional. Não custa sonhar e acreditar. Apesar de existirem apenas 2 edições, o evento já mostrou bastante coerência e um belo futuro. Falta correr atrás de mais expansão.

A cobertura espontânea na mídia estampou o Vitória Moda Show em 33 veículos de comunicação de todo o Brasil. As matérias, publicadas em sites, blogs e em colunas de jornais e revistas especializadas em moda e comportamento do país, refletiram uma imagem positiva do evento, mostrando que a moda produzida no Espírito Santo despertou o interesse da imprensa nacional não apenas pela alta qualidade dos produtos expostos, mas também pela boa organização do evento. Os negócios fechados totalizaram 6 milhões de reais, um número excelente.

A 2ª edição do evento aconteceu nos dias 09, 10 e 11 de setembro de 2009 no Centro de Convenções de Vitória e se mostrou pronto para divulgar a moda feita no Espírito Santo. O Estado tem toda competência pra se firmar como um lançador de estilo, mas falta ainda a confiança de quem faz. Temos indústria e produção, coisas que nos diferencia das cidades líderes, Rio e São Paulo. Falta agora que a gente assuma o que faz e divulgue pra todo o país e pro mundo também, porquê não?

Mas voltando às atrações...
Os convidados puderam assistir aos desfiles que aconteceram em todos os dias de evento. Forucci(com Larissa Castro desfilando em sua terra pela primeira vez), Amabilis, Cobra D'água, AFF Jeans, Konyk, Missbella, UVV (estudantes - novos talentos), All Jareau e Lei Básica.

Na programação de palestras tivemos: O Universo do Design de Moda com Cláudia Manhães, Design de Moda: Linguagem Essencial com Ellen Leite, Tendências do Inverno 2010 com Iesa Rodrigues, A Costura do Invisível com Jum Nakao, Figurino de Moda na TV com Beth Filipecki, O Brasil no Mercado Mundial de Moda com Alfredo Mascarenhas.

De oficinas tivemos: Processo de Criação como Fundamento ao Processo Criativo com Rebeca Duarte, A Moda e o Homem Contemporâneo com Lula Rodrigues, Vitrine Atual: Criatividade e Inovação / A Estética com Estratégia com Luis Travassos.

As alunas de Design de Moda da UVV escolheram para uma mostra o tema Fetiche, cuja abordagem deveria fazer referências ao cinema, aos 50 anos da boneca Barbie e ao voyerismo. Vi muitas meias com referência em Pollock, bonecas com roupinhas sexy e um maiô de Luiza Bonadiman. Uma nova geração de designers locais que se mostrou bem promissora.

A marca Marina Maia e mais 9 foram convidadas para expor uma peça conceitual no estande da Prefeitura de Vitória. A idéia era mostrar trabalhos dos estilistas que estão produzindo, mas que não tem loja própria. No estande, os manequins tinham máscaras de espelhos que refletiam o rosto de quem fosse admirar cada peça. O ambiente teve como inspiração o circo e toda sua irreverência com seu universo lúdico e de fantasia. As marcas particpantes foram: Marina Maia, Gabi King, Stael Magesck, Juliana Fernandes, Cores de Reis, Sirley Nossa, Kessy Borges, O Grupo Forte Ficando, As bordadeiras do Flor de Joá e o Grupo Bem.

A nossa participação mostra que esse ano eles deram mais abertura aos estilistas autônomos. Os organizadores do evento, só pra vocês terem uma idéia, não sabiam que em Vitória existem vários estilistas bons, que dão um duro danado, estão aí ralando há anos, já fizeram desfile fora (como eu e mais 6 marcas que fomos pra a Casa de Criadores) e produzem eventos grandes como Gabi King, que organiza o Supermercado e mais um monte de outros por aí. O convite da Prefeitura pra montagem do estande foi maravilhoso! Ponto pra eles, ótimo pra nós. No próximo tentaremos e um desfile, mínimo que seja, se Deus quiser.

Tenho certeza que o ano que vem será muito melhor do que foi esse ano, mas só vai virar uma semana de moda quando entrarem na organização pessoas com um know-how da coisa, um bom produtor. O formato do Vitória Moda Show é semelhante ao Fashion Business de Eloysa Simão, a toda poderosa do Fashion Rio. Os organizadores do evento deveriam então, aproveitando a inspiração, contratar a empresa que trabalha lá, que é a Dupla Assessoria. Seria o ideal. Já trabalhei com eles no Vitória Fashion Days e no Oi Fashion Tour e posso afirmar que seria demais!

Mas é esperar pra ver! EU estarei aqui, torcendo!

Algumas fotos do evento:

ESTANDE DA PREFEITURA

Eu e meu look. Este vestido foi desenvolvido para a Casa de Criadores, mas não foi para a passarela.

Gabi King e Katia Perciano. Estilistas.

Vestido Gabi King

Vestido Juliana Fernandes.

Vestido Kessy Borges.

O Estande visto de fora.



UVV

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LEI BSC

ALL JAREAU

KONYK

AMABILIS

MISSBELLA

FIORUCCI

COBRA D'ÁGUA

China

No final de julho de 2007 eu comecei a trabalhar numa fábrica de calçados infantis. Nunca pensei em criar para este público, apesar de amar crianças. Era um período de mudanças bruscas pra mim. Sempre fui freelancer e este era meu primeiro emprego fixo. No início estava completamente quadradona. Me adaptei rápido e logo tomei gosto pela coisa.

Parte da produção dessa fábrica é feita na China e eles mandavam um estilista por viagem. A primeira a ir, já em setembro, foi a minha amiga Mary. Em março de 2008 fiquei sabendo que eu era a próxima! Arrumei as minhas malas e fui junto a um dos chefes. Sabia que seria um trabalho pesado, mas só quando a gente chega vê que é bem mais do que se imagina. Trabalhar com os chineses não é tarefa fácil. A começar pela jornada diária. De segunda a segunda, das 8hrs da manhã até a hora que for possível. Às vezes dá 22/23hrs da noite e você ainda tá lá, consertando sapatos.

Eu falo consertar, porque é o que fazemos lá. O esquema é o seguinte: eu crio no Brasil o desenho que quero do calçado. Mando as fichas pra China e eles produzem as amostras. Quando chegamos lá, essas amostras já estão prontas. Nas três vezes que eu fui, precisei mudar quase 100% delas. Os chineses não acertam todas as cores, mesmo mandando o número do pantone, e eles quase nunca colocam o material que você pede. Ou parece um plástico mega vagabundo, ou colocam um tom fluorescente ou qualquer outra cor medonha que pra eles é lindo. Tudo que dá trabalho pra eles, ou que pode diminuir um pouco a produção eles cortam e não te avisam. Se você perceber e falar, ou eles fingem que não viram que precisava daquilo, ou tentam argumentar que aquilo fará o preço do par subir horrores. Balela pura.

Mas isso acontece mais em fábricas menores, onde a produção é menor, assim como a qualidade. Aí você precisa rebolar bastante. Ir pra rua e escolher material, acompanhar todos os passos dos modelistas e as costureiras na sala da amostra e às vezes se meter e botar a mão na massa. Visitei uma fábrica maior, que também tinha vícios de enrolação como as pequenas, mas que se pressionada da maneira certa, fazia calçados lindos. Essa, em Wenling, atendia clientes grandes como a Benetton e a Fisher Price.

Da primeira vez, cheguei por Pequim. Trabalhei em Guangzhou, Wenling, Sihui e Hong Kong. Da segunda, que foi em julho e agosto, visitei Guangzhou e Sihui, assim como da terceira vez, que foi em novembro e dezembro. Todas as vezes em 2008. Fui sozinhas nas duas últimas vezes. Foi mais desafiador, principalmente porque tive que pegar mais pesado com os chineses, já que pelo fato de não ter nenhum chefe por perto, eles tentavam me enrolar mais.

Todo o sacrifício valeu a pena, porque trouxe para a fábrica as melhores coleções de 1 a 4 que eles já tiveram até hoje. Palavras da diretoria.

Esses aqui são alguns poucos que trouxe:

Esses são apenas alguns dos muitos que eu fiz. Não sei ao certo, mas pelas minhas contas de cabeço devo ter criado algo em torno de 500 pares de sapatinhos de bebê. Todos esses são de tamanhos que vão do 1 ao 4. Criei alguns maiores. Papetes, sandálias, mas apenas na primeira vez que eu fui.

Não são lindos?

Um beijo,
Marina.